Imagens da Serra

Uma oficina sobre fotografia e filosofia da imagem na comunidade de Serra Grande.

Nosso Vídeo...


Assistam o vídeo até o final ... rs.
Infelizmente tenho uma viagem marcada para este domingo e não poderei estar com vocês, nossas atividades serão retomadas no próximo domingo.

Sobre a aula

Oi gente, considerando que as aulas de vocês não começaram, e isso pode causar muitas faltas no curso, e em concordancia com Valerie, vamos remarcar a aula deste domingo dia 10, para o próximo, dia 17. Favor avisem aos colegas. Abraços e ate lá.

Exposição - Luz

No último encontro falamos sobre composição, analisamos as fotos que vocês trouxeram de casa e começamos a parte teórica sobre fotografia. Para quem pensava que era só apertar o botão viu que tem uma parte chata também, mais fundamental para fotografar bem.
Aqui um resumão:


Ponto principal: Luz. Fotografia é a escrita com luz, isso significa que a luz é fundamental para o trabalho fotográfico.


Exposição: é a quantidade de luz que a câmera captura numa foto. Existem padrões que indicam exposições corretas e incorretas, quando uma foto está super-exposta quer dizer que ela tem mais luz do que deveria, as coisas  retratadas ficam muito claras e isso prejudica a visualização da imagem. Quando fazemos uma foto sub-exposta captamos menos luz do que deveríamos e por isso a foto sai muito escura.

Veja os exemplos da minha tartaruga:


super-exposição 
sub-exposição
exposição correta


Parâmetros para exposição:

Na aula aprendemos sobre um componente importante na câmera que é o diafragma (buraquinho por onde entra a luz.. rsrs..)

Precisamos entender tres coisas para uma boa exposição:

Tempo de exposição: é o tempo que o buraquinho fica aberto captando a luz da cena. O tempo de exposição é medido em frações de segundos. 

                          Ex.: 1/30 sec. Um segundo divido em trinta partes esse é o tempo que o obturador vai ficar aberto durante a captação da luz.

Lembretes: quanto menor o tempo de exposição, menos luz entra na câmera e mais fácil de congelar a imagem. Quanto maior o tempo de exposição mais luz entra na câmera, fotos borram mais facilmente.



Abertura: é quanto o diafragma se abre durante a exposição (o tamanho do buraquinho).
          
                         Ex.: f/2.8. É sempre indicada com um f na frente do valor que representa o tamanho da abertura.

Lembretes: Quanto menos a abertura menos luz entra na câmera, maior tem que ser o tempo de exposição, e maior será a profundidade do campo. 




ISO:  É a sensibilidade na captura da luz, nas câmeras analógicas é a capacidade do filme de absorver a luz e nas digitais a mesma tarefa é feita pelo sensor digital.

                        O ISO varia em média de 100 a 1.600*. Nas cameras profissionais esses valores vão até 64.000

Lembretes: Quanto menor for a sensibilidade, teremos que ter mais luz para conseguir uma boa exposição e a foto terá pouco ruído. Quanto maior a sensibilidade, manos luz é necessária, mas a quantidade de ruído aumenta.  


Um exemplo do uso dos parâmetros de exposição:


Dados da foto: 8,0 seg; f/16; ISO 640; sem flash


Nessa foto o tempo de exposição foi de oito segundos, ninguém consegue ficar esse tempo todo com as mãos paradas, por isso usei o muro de uma casa para manter a câmera fixa, era entre seis e sete horas da noite, tive que deixar a velocidade muito baixa para dar o efeito das luzes dos carros andando, se fizesse com uma velocidade alta ia congelar os carros, o que eu não queria, minha intenção era a paisagem e a lua.

No próximo post, nosso aprendizado sobre composição. Até logo.



Atividade

Como eu tinha dito, até domingo postaria uma atividade, como estou colocando um dia antes vou propor uma coisa bem simples.

Cada um deve trazer uma foto, seja sua, da família, dos amigos, da natureza, enfim... uma foto que represente alguma coisa para você, feia bonita, engraçada, triste, não importa. Simples né. Amanha vamos falar de fotografia propriamente dita. Conto com a presença de todos.

Apresentação do Projeto



O dia de apresentação do projeto contou com vinte e cinco alunos, foi uma boa apresentação apesar da timidez que assolou aqueles garotos. Acabamos falando de muita coisa, além da apresentação do projeto, fora feita uma explicação de como funcionam projetos de extensão, como a universidade participa da vida comum fora do círculo acadêmico e como serão nossas atividades no decorrer do curso. Esperamos que vocês, alunos, se sintam à vontade e motivados durante toda a duração das atividades. Deixo aqui meus agradecimentos explícitos à Velerie por abraçar, promover e ajudar a transformar um pedaço de papel numa realidade possível, à professora Gilvânia por acreditar, por fazer acontecer esta possibilidade e pelo total apoio e ajuda na elaboração e correção do projeto, e à professora Lia e aos alunos, que mesmo sem nos conhecer estiveram presentes e prontos a começarem. Espero que o resultado seja saboroso a todos nós. A quem interessar deixo abaixo parte do projeto como foi produzido.



PROJETO IMAGENS DA SERRA

AUTOR: TIAGO SOUSA
PROFESSOR ORIENTADOR: GILVÅNIA NASCIMENTO 
ENTIDADE PROMOTORA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
ENTIDADE PROMOTORA: INSTITUTO ARAPYAU


INTRODUÇÃO
Através de uma experiência vivenciada numa aula de campo em disciplina do curso de filosofia e de um olhar cuidadoso para com as comunidades no entorno desta universidade, percebemos a inexistência de ações extensionistas nas áreas de educação e cultura na comunidade de Serra Grande. Dessa forma pensamos a possibilidade de criar uma oficina de fotografia e filosofia da imagem, direcionada a comunidade externa e alunos da rede pública do distrito de Serra Grande, resultando em acréscimo de conhecimento e trocas de experiências, fomentando assim a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento local. O projeto pretende associar fotografia e filosofia para sensibilizar os participantes e estimular a cultura e o conhecimento teórico e prático. A proposta possui um compromisso sócio-cultural e a tentativa de construção de uma sociedade saudável, que valorize a relação entre arte e educação, fundamentada em valores éticos. Acreditamos que projeto pode ter um papel fundamental quando se entende que a educação constitui a base de uma sociedade, colocando assim a fotografia como uma nova via que propõe a expressão das diferenças, enquanto a filosofia da imagem procura as respostas dos problemas que essa diferença apresenta. Assim, essa relação filosofia-fotografia-educação, estimula a criatividade, a percepção do meio social e a qualidade educacional, além de divulgar duas áreas de conhecimento e ainda trazer novas perspectivas aos alunos e comunidade como um todo. “A linguagem fotográfica deve ser vista como uma prática que pode ser estimulada na escola” (LOPES, 2006, p. 230) ela coloca em foco o ser, problema fundamental da filosofia, que desemboca na problematização da vida, possibilitando a re-significação de mundo e de nós mesmos enquanto seres que vêem e são vistos. 
OBJETIVO GERAL
Levar a Oficina de Fotografia e Filosofia da Imagem, a Serra Grande e em especial aos alunos da única escola daquela comunidade, trazendo conhecimentos teóricos e práticos acerca da fotografia e da filosofia e ainda levar os participantes a refletir sobre seu entorno, sua comunidade, cultura e cotidiano, como processo de auto-reconhecimento do seu espaço de vivência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Ministrar oficinas sobre prática fotográfica, no ambiente comum em relação aberta com a comunidade local.
- Sensibilizar os alunos para uma melhor compreensão da filosofia através da prática fotográfica.
- Ampliar a visão sobre a cultura de sua região e incitá-los a questionar suas possibilidades.
- Incentivar o intercâmbio de idéias em filosofia à comunidade externa
- Estimular a potencialidade profissional das áreas de filosofia e fotografia.
- Envolver a comunidade nas questões educacionais do seu próprio espaço.

JUSTIFICATIVAS
O projeto nos permite perceber que as ações extensionistas que unem práticas lúdicas e educação podem ser responsáveis por grandes mudanças na universidade e acima de tudo nos sujeitos envolvidos. Ações desse tipo se justificam não somente por sua relevância e acréscimo à sociedade, mas também pela possibilidade mútua de se conhecer realidades diferentes e aceitar mudanças, uma vez que somos um eterno construir de nós mesmos. 

METODOLOGIA EXTENSIONISTA (Referencial teórico, sujeitos, cenário)
As oficinas serão direcionadas aos alunos de ensino médio da comunidade, serão formadas uma turma a cada semestre, composta com vinte e cinco alunos cada uma. As atividades serão realizadas em quatro momentos distintos.
  1. Num primeiro momento haverá uma aproximação com a filosofia e uma exposição sobre o que é filosofia da imagem e como ela se relaciona com a fotografia. Serão trabalhados textos de filósofos contemporâneos que tratam da questão da fotografia, nesse momento será usada uma dinâmica de leitura colaborativa e serão formados grupos de discussão, onde cada aluno será responsável por propor idéias e contra-argumentos dos textos expostos.
  2. No segundo momento, entraremos na fotografia propriamente dita, expondo teoricamente as noções de cores, imagens, enquadramento e olhar. Será utilizada a mesma metodologia do primeiro momento, além de saídas para campo onde faremos ensaios, que visem a educação do olhar e começaremos a usar as câmeras fotográficas para um trabalho inicial da prática fotográfica.
  3. Nessa parte da oficina, disponibilizaremos o material e as instruções para que juntos, os alunos possam construir câmeras fotográficas artesanais com o método Pinholle, que serão feitas a partir de latas de alumínio e filme fotográfico. Após a confecção os alunos colocaram em prática a técnica que fora aprendida nos momentos anteriores e farão uma saída a campo para fotografar temas escolhidos por eles mesmos, em sua comunidade. Toda a ação será supervisionada e direcionada para que os alunos não se sintam em dificuldade. 
  4. Nessa etapa analisaremos os resultados das duas saídas a campo e apresentaremos as imagens aos alunos para que façam observações e comentários a cerca da técnica, qualidade, exposição e enquadramento. Essa auto-avaliação caracterizará as dificuldades e acertos, onde discutiremos novas possibilidades. A partir de então voltaremos a um discurso filosófico do fazer fotográfico e sua importância no meio cultural contemporâneo, fazendo entender as demandas da imagem na época da chamada “reprodutibilidade técnica” como é esboçada por Walter Beijamin, e como essas imagens nos afetam diariamente.  
Pretendemos encerrar cada turma com uma exposição fotográfica dos alunos em praça pública, onde eles possam apresentar os resultados dos seus trabalhos a sua própria comunidade. No final dos dois semestres pretendemos produzir uma exposição com os melhores trabalhos na própria UESC, numa tentativa de aproximar a academia com a comunidade externa